Parceria entre Sandoz e governo amplia atendimento a doenças raras

O Ministério da Saúde, em parceria com a farmacêutica Sandoz e outras empresas do setor, dará início à produção completa de medicamentos voltados ao tratamento de doenças raras no Brasil. O processo incluirá desde o desenvolvimento do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), com foco no abastecimento do mercado interno.
Sete medicamentos foram selecionados por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), que envolvem a transferência de tecnologia para instituições públicas como a Fiocruz e o Instituto Butantan. A expectativa é que essas parcerias movimentem cerca de R$ 2 bilhões por ano no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as doenças contempladas estão esclerose múltipla, fibrose cística e atrofia muscular espinhal (AME).
Anunciadas em 29 de maio, essas iniciativas fazem parte de um pacote mais amplo de investimentos em inovação, que também inclui o desenvolvimento de vacinas baseadas em RNA mensageiro. Além disso, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) receberá R$ 60 milhões para a criação de centros de excelência em pesquisa científica.
Segundo Fernanda De Negri, secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS), as iniciativas visam ampliar o acesso da população aos tratamentos e reduzir os custos de aquisição para o governo. “As parcerias têm um prazo de dez anos. Nesse período, esperamos que o medicamento seja entre 5% e 10% mais barato do que pagamos hoje e que, ao longo do tempo, haja um declínio ainda maior”, afirma.
Hoje, o Brasil possui cerca de 13 milhões de pessoas vivendo com doenças raras, que englobam mais de seis mil tipos diferentes de enfermidades — a maioria de origem genética. Algumas são mais conhecidas, como a hemofilia, que atinge cerca de 13 mil brasileiros. Uma condição é considerada rara quando afeta até 65 pessoas a cada 100 mil habitantes.
Fonte: Valor Econômico