O Brasil conta hoje com 88 fabricantes de genéricos (Fonte: CMED/2022), responsáveis por mais de 2.553 registros de medicamentos, que derivam mais de 4.576 apresentações comerciais. O faturamento do setor, próximo dos 17,9 bilhões de reais PPP em 2023, deve avançar acima dos 10% em 2024, puxando o aumento das vendas de todo o restante da indústria farmacêutica brasileira, que crescerá aproximadamente 14% em valores.
Entre as 10 maiores farmacêuticas instaladas no país, todas possuem linha de fabricação de medicamentos genéricos; ou seja, empresas que desenvolveram e respondem pela comercialização de produtos de marcas conhecidas internacionalmente passaram a se dedicar também à fabricação de genéricos.
Do ponto de vista econômico, os genéricos também proporcionaram avanços sem precedentes para a indústria farmacêutica no Brasil. O rigor regulatório que garante a qualidade desses medicamentos demandou investimentos superiores a 1,5 bilhão de reais nos últimos 10 anos em ampliação e construção de unidades fabris.
Genéricos no Brasil
Os genéricos respondem por 38,17% das vendas em unidades no conjunto do mercado farmacêutico brasileiro. Em países como Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, onde o mercado de genéricos já está mais maduro, a participação desses medicamentos é de 51%, 62%, 57% e 74%, respectivamente. Nos EUA, onde os genéricos têm mais de 50 anos de existência, o índice é de aproximadamente 60% de participação em volume.
No Brasil existem medicamentos genéricos para o tratamento da maioria das doenças conhecidas. Entre elas, estão males do sistema cardiocirculatório, do aparelho digestivo/metabolismo, do sistema nervoso central e do sistema urinário/sexual, bem como problemas dermatológicos, oftalmológicos e oncológicos.
Há medicamentos genéricos contraceptivos, anti-inflamatórios hormonais e não hormonais, anti-helmínticos/parasitários, anti-infecciosos, antitrombose, para anemia etc.
Genéricos no mundo
O mercado mundial de genéricos cresce aproximadamente 10,8% ao ano e movimenta entre US$ 135 bilhões e US$ 150 bilhões. No mercado mundial, os Estados Unidos têm especial destaque, com vendas de genéricos da ordem de US$ 42,5 bilhões.
Os genéricos correspondem a 60% das prescrições nos EUA e custam de 30% a 80% menos que os medicamentos de referência. De acordo com a Associação Americana de Medicamentos Genéricos (GPhA), os consumidores do país economizaram em torno de US$ 239 bilhões, em 2013, com a aquisição desses produtos. Na última década, a economia acumulada atingiu US$ 1,46 trilhão.
Autoridades da França, da Espanha, dos Estados Unidos e de outros mercados já exigiram medidas que trouxessem as versões genéricas dos produtos farmacêuticos para o mercado mais rapidamente, a fim de ajudar a deter a tendência de elevação dos preços dos medicamentos.