Genéricos ampliam consumo de medicamentos de uso crônico
Estudo inédito da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, a PróGenéricos, avaliou a contribuição da categoria de medicamentos para ampliação do acesso nas classes terapêuticas de produtos destinados ao controle de doenças crônicas.
Criados em 1999, os genéricos detém hoje 28% de participação das vendas de medicamentos no país. A categoria respondeu pela comercialização de 788 milhões de unidades em 2013, registrando um faturamento de R$13,7 bilhões.
Foram analisadas as seguintes classes terapêuticas: Antidiabéticos (controle da diabetes), Anti-hipertensivos (controle da hipertensão) e Antipilipênicos (controle do colesterol). A somatória de todos os produtos comercializados nestas 3 classes respondem por 28,6% do mercado de genéricos em unidades (226 milhões) e por 29,4% do faturamento do setor (R$4,1 bilhões).
“Este estudo demonstra claramente que o genérico contribuiu de forma significativa para a expansão do consumo, aumentando as vendas destes produtos e, consequentemente, sendo decisivo na ampliação do acesso à população”, explica Telma Salles, presidente executiva da entidade.
A entrada dos genéricos no mercado também foi decisiva para o crescimento da indústria farmacêutica instalada no país. Das 10 maiores companhias, 8 optaram por fabricar este tipo de medicamento. O estudo demonstra um crescimento vigoroso no faturamento das industrias nestas classes terapêuticas em que houve ampliação de acesso.
Diabetes
O mercado de antidiabéticos movimentava 16 milhões de unidades de medicamentos em 1999. Em 2013, após 14 anos dos genéricos, o crescimento das vendas totais destes produtos, incluindo marca e genérico, cresceu 488,6%, movimentando 78,4 milhões de unidades. A participação de mercado dos genéricos nessa classe de produtos é bem acima da média geral, 41,3%. Em valores, o crescimento do mercado foi ainda maior: movimentava R$126,5 milhões em 1999. Em 2013, movimentou R$1,9 bilhão, crescimento de 1540%.
“É importante ressaltarmos nesse estudo que os genéricos também exercem um papel social importante, que é o de regulador de mercado. Os produtos de marca, com a competição com os genéricos, se veem obrigados a reduzirem seus preços, também se tornando mais acessíveis à população. Sem a concorrência do genérico, os preços estariam intactos”, analisa a executiva.
Hipertensão
Com os anti-hipertensivos também observamos o mesmo cenário. De 1999 para 2013, Com os anti-hipertensivos também observamos o mesmo cenário. De 1999 para 2013, as vendas desta classe terapêutica aumentaram 349,8%. Foram comercializados 85,6 milhões de unidades deste tipo de produto no último ano da década de 90, contra 299,6 milhões em 2013. O market share dos genéricos supera os produtos de marca, é de 58,1%. O mercado de anti-hipertensivo movimentava, em 1999, R$875,6 milhões. No ano passado, movimentou R$5,8 bilhões, apresentando crescimento de 670%.
Colesterol
O crescimento mais relevante observado no estudo, porém, refere-se aos Antipidêmicos. A comercialização desses produtos em 1999 movimentou 3,6 milhões de unidades. Em 2013, chegou a 48,5 milhões, o que representa um crescimento de 1313,3%. A participação dos genéricos nas vendas também fica bastante acima da média do mercado, é de 40,7%. Os produtos para controle do colesterol movimentaram R$114 milhões, em 1999. Em 2013, movimentaram R$2,2 bilhões, o que representa uma evolução no faturamento da indústria da ordem de 1961%.
“É importante ressaltarmos nesse estudo que os genéricos também exercem um papel social importante, que é o de regulador de mercado. Os produtos de marca, com a competição com os genéricos, se veem obrigados a reduzirem seus preços, também se tornando mais acessíveis à população. Sem a concorrência do genérico, os preços estariam intactos”, analisa a executiva.
Sobre os genéricos
Os genéricos são cópias de medicamentos inovadores cujas patentes já expiraram. No Brasil, a regulamentação deste tipo de medicamento se deu em 1999, com a promulgação da Lei nº 9.787.
A produção dos genéricos, que custam em média 45% menos que os medicamentos de referência, obedece a rigorosos padrões de controle de qualidade. Conforme determina a legislação, só podem chegar ao consumidor depois de passarem por testes de equivalência farmacêutica e bioequivalência, estes últimos realizados em seres humanos.
Graças a estes testes, os medicamentos genéricos brasileiros são intercambiáveis. Ou seja, podem substituir os medicamentos inovadores eventualmente indicados nas prescrições médicas. Segundo determina a legislação, a troca pode ser recomendada pelo farmacêutico, nos pontos de venda, com absoluta segurança para o consumidor.
Os critérios técnicos exigidos para o registro dos genéricos no Brasil são semelhantes aos adotados por órgãos reguladores de países como Canadá (Health Canadá), Estados Unidos (FDA), além da União Europeia (EMEA), entre outros centros de referência de saúde pública no mundo.
Sobre a PróGenéricos
Fundada em janeiro de 2001, a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos) é uma entidade que congrega os principais laboratórios que atuam na produção e comercialização medicamentos genéricos no país.
Sem fins lucrativos, a entidade tem como principal missão contribuir para a melhoria das condições de acesso a medicamentos no Brasil por meio da consolidação e ampliação do mercado de genéricos.
Juntas, as 14 associadas da Pró Genéricos concentram mais de 90% das vendas do segmento de genéricos no país. Articulando-se com diversos setores da sociedade, instituições de ordem pública e privada, a Pró Genéricos canaliza as ações de suas associadas, dando densidade ao debate público em torno de questões relevantes para o setor da saúde e para o desenvolvimento da indústria farmacêutica no país. Visite o site: www.progenericos.org.br