Genéricos crescem 3,67% no primeiro semestre, enquanto indústria recua 0,65%

Participação do segmento no total das vendas da indústria alcança marca inédita de 36,6%

Principal instrumento de acesso a medicamentos no país, os genéricos se mantêm no posto de segmento que mais cresce na indústria farmacêutica brasileira. Levantamento realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos) revela que as vendas destes produtos cresceram 3,67% nos primeiros seis meses de 2023, em relação ao desempenho apresentado no mesmo período do ano passado.

Entre janeiro e junho de 2023 foram comercializadas 979,4 milhões de unidades de medicamentos genéricos frente 944,7 milhões no mesmo período do ano anterior. Os dados compilados pela PróGenéricos foram extraídos da base do IQVIA, instituto que é referência global no monitoramento dos indicadores da indústria.

As vendas de genéricos da indústria para o varejo movimentaram 8,8 bilhões de reais no primeiro semestre deste ano, o que representa um desempenho 16,5% superior ao verificado no mesmo período de 2022, quando registraram 7,5 bilhões de reais.

“Os genéricos seguem apresentando um crescimento ininterrupto, desde que chegaram ao mercado, em 1999. E o segmento continua contribuindo a modernização e expansão dos negócios de diversas empresas que ampliaram sua atuação, marcando presença em segmentos inovadores e de maior complexidade como é o caso dos biossimilares”, afirma o presidente executivo da PróGenéricos, Tiago de Moraes Vicente.

Ao comparar o desempenho dos genéricos em relação ao mercado total no período, verifica-se que os genéricos cresceram 3,7% e o restante da indústria apresentou retração de 0,65% em unidades comercializadas. A diferença entre o desempenho dos genéricos e os demais medicamentos não é incomum. Os indicadores de mercado demonstram que mesmo em momentos de retração os genéricos crescem por se apresentarem como uma alternativa de compra mais acessível nas farmácias.

Paciente busca economia

A economia gerada pelos genéricos aos pacientes que optaram pela compra de produtos da categoria, por sua vez, cravou a marca de 19,6 bilhões de reais entre janeiro a junho deste ano, uma evolução de 14,15% em relação à ao primeiro semestre do ano passado, que foi de 17.2 bilhões.

“Estes números validam e certificam os genéricos não apenas como um negócio que deu certo, mas como política pública de acesso bem-sucedida”, destaca Vicente. Desde que chegaram ao mercado, em 1999, os genéricos já proporcionaram uma economia total de 260 bilhões de reais.

Com preços no mínimo 35% mais baratos que os produtos de referência, de acordo com a legislação que regula o mercado, os genéricos podem custar até 60% mais em conta, a depender das negociações comerciais entre indústria e varejo.

Participação de mercado

O market share do segmento segue evoluindo com consistência. A participação dos genéricos nas vendas totais do setor atingiram a marca inédita de 36,6% das vendas em unidades no primeiro semestre.

Mesmo em um cenário de crescimento apertado das vendas da indústria nos últimos meses, a participação dos genéricos no mercado total de medicamentos apresentou um salto de três pontos percentuais quando observamos a fatia do segmento no mesmo período de 2019, que era de 33,6%.

Ao observarmos a participação do segmento em mercados específicos como os de medicamentos de uso crônico, os números são ainda mais surpreendentes.

Os genéricos detêm 74% de participação nas vendas de medicamentos para hipertensão, 80,7% entre os produtos para colesterol e 27,6% entre os medicamentos para o controle da diabetes.

Perspectivas

Para a PróGenéricos. O setor deve fechar o ano com crescimento de 7% a 8% em unidades comercializadas em relação ao resultado de 2022. “Se houver uma melhora no ambiente econômico mais intensa do que a prevista, podemos avançar ainda mais”, avalia Vicente.