O que são medicamentos biossimilares?

Derivados de organismos vivos e, por isso, com uma estrutura complexa, os medicamentos biossimilares são empregados em tratamentos mais específicos de saúde

Um biossimilar é um medicamento que é desenvolvido para ser altamente semelhante a um medicamento biológico já aprovado, conhecido como medicamento biológico novo ou pioneiro, cuja patente já tenha expirado. Esses medicamentos oferecem uma alternativa eficaz e personalizada para o tratamento de diversas condições de saúde.

Em suma, incluem uma ampla gama de terapias, como vacinas, anticorpos monoclonais, hormônios, proteínas, entre outros. Eles são distintos dos medicamentos sintéticos tradicionais – como no caso dos genéricos – por serem derivados de moléculas complexas obtidas de fluidos biológicos, tecidos vegetais ou animais, ou células geneticamente modificadas. Por isso, são frequentemente utilizados no tratamento de doenças como câncer, doenças autoimunes, distúrbios inflamatórios e doenças genéticas.

Segundo Tiago de Moraes Vicente, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), os medicamentos biossimilares são uma solução que fortalece os sistemas de saúde, ampliando significativamente a gama de terapias disponíveis aos pacientes.

O presidente conta que estes medicamentos são chamados de “biossimilares” porque, devido à complexidade dos medicamentos biológicos e às variações inerentes na produção, acabam por produzir lotes de um mesmo medicamento que não são idênticos entre si. “Esses medicamentos estão se tornando cada vez mais presentes em diversas áreas terapêuticas, como oncologia, imunologia e endocrinologia”, finaliza.

Exemplos de medicamentos biossimilares

Adalimumabe:

Uso: tratamento de doenças autoimunes como artrite reumatoide, psoríase e doença de Crohn.
Função: é um anticorpo monoclonal que inibe o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), uma proteína envolvida no processo inflamatório.

Enoxaparina Sódica:

Uso: prevenção e tratamento de trombose venosa profunda e embolia pulmonar.
Função: enoxaparina é uma heparina de baixo peso molecular que atua como anticoagulante, prevenindo a formação de coágulos sanguíneos.

Etanercepte:

Uso: tratamento de doenças autoimunes como artrite reumatoide, espondilite anquilosante e psoríase.
Função: proteína de fusão que inibe o TNF-α, ajudando a reduzir a inflamação.

Filgrastima:

Uso: estimulação da produção de glóbulos brancos em pacientes submetidos a quimioterapia, radioterapia ou transplante de medula óssea.
Função: fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) que ajuda na recuperação da contagem de neutrófilos.

Rituximabe:

Uso: tratamento de linfomas, leucemias, artrite reumatoide e algumas outras doenças autoimunes.
Função: anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada CD20 presente em células B, levando à destruição dessas células, que são parte do sistema imunológico.

Somatropina:

Uso: tratamento de deficiência de hormônio do crescimento em crianças e adultos.
Função: somatropina é uma forma recombinante do hormônio do crescimento humano, que estimula o crescimento ósseo e muscular.

Trastuzumabe:

Uso: tratamento de certos tipos de câncer de mama que superexpressam a proteína HER2.
Função: trastuzumabe é um anticorpo monoclonal que se liga à proteína HER2, inibindo o crescimento das células tumorais que a expressam em excesso.